OS MAIAS - EÇA DE QUEIROZ

 11/2022 - 

Início: 31/03/2022

Término: 27/06/2022

OS MAIAS

EPISÓDIOS DA VIDA ROMÂNTICA

EÇA DE QUEIROZ

Publicado em 1888, conta a história de uma família reduzida a Carlos da Maia, que vivia com seu riquíssimo avô Afonso, que o criou depois da fuga de sua mãe e do suicídio de seu pai. O tema central são os amores de Carlos. O desencontro com sua deusa Maria Eduarda está a chave da tragédia de Os Maias.

LC - Grupo Sagas Familiares

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Eça levou 10 anos para escrever sua crítica à sociedade burguesa. Deposita suas carências maternas, representando as mulheres com perfis luxuriosos.

Em sua publicação o livro foi atacado pela crítica portuguesa. No Brasil, desde o início, excelente aceitação influenciando nossos maiores escritores, e até criando modismos entre os intelectuais.

O autor...

Nascido em Póvoa de Varzim, Portugal a 25 nov 1845;

Morreu em Paris, 16 ago 1900;

Formado advogado em Lisboa em 1866;

1872 nomeado cônsul em Havana;

Introdutor do realismo na literatura de língua portuguesa.

Cômico e irônico, criticava com elegância a burguesia.

Episódios da vida romântica

Muito bem colocado a educação de Afonso a Carlos. Ser um homem de bem porque é o correto e não por medo de Deus. Dominar os seres pelo medo é uma forma de controle e não de educação ou qualquer outra denominação.

"o maior serviço patriótico é incontestavelmente saber curar

críticas sobre cursar medicina e não direito. Carlos levava a vida da profissão "a sério"; salvando vidas e se dedicando ao próximo como deveria ser.

Esse foi um recorte de comentário enquanto passava a leitura por essa parte da história. Um contexto aparentemente sério de dedicação à profissão. Posteriormente vimos o "bom vivant", a nítida crítica à burguesia. As condições financeiras em alta, sobrepondo os serviços que poderiam ser prestados a sociedade atendendo às necessidades de pesquisas científicas, ampliações de conhecimentos à serviço da saúde e do próximo.

Cap. IV

Como um bom exemplo da nobreza Carlos usufrui das ofertas financeiras do avô. Viaja, estuda, desfruta dos prazeres escolhidos. Retorna ao lar paramentado pela profissão da saúde (uma das poucas existentes a curso. Reencontra amigos (alegra Afonso), mas ainda não está satisfeito) e entusiasmado (uma prática temporária).

Volúvel e perdido nas práticas da vida. Facilidades monetárias, vazios existenciais. Motivações não despertadas. Uma grande provação o poder do dinheiro.

Cap.V

Comum ao início de carreira, Carlos vai aos poucos adquirindo clientela, mesmo que mais ofertando serviço do que ganhando, mas ficando conhecido. Sua rotina vai sendo moldada entre afazeres médicos e prazeres da classe. O laboratório ainda intocado e aguardando o momento de pesquisas e trabalho. Realismo presente e em destaque das classes.

Encerramos a parte 1 acompanhando Carlos em seus relacionamentos proibidos e por isso, para ele, motivadores. Mulheres que provocam.

Uma vida fútil, desperdiçando seu conhecimento, sua capacidade de alcances, ususfruindo de uma fortuna sem se preocupara com coisas nobres.  Amigos da mesma estirpe o acompanham.

Parte 2

Segue a obra nessa crítica política, comportamento perdido. O romance dolorido, o vazio em si mesmo. 

" - Todavia os anos vão passando... - E com os anos, ..., tudo na Terra passa...

E esse ano passou... Gente nasceu, gente morreu. Searas amadureceram, arvoredos murcharam. Outros anos passaram".

Poético, real, doloroso.

Essa passagem final na obra resume a vida, passagem, de Carlos pela vida. Dissabores, incompletudes, vazios. Uma tristeza que o dinheiro não compra. Aproveitamentos e desfrutes sem fundamentos. Aquecendo momentaneamente a paixões deixando sem sabor a vida e suas riquezas de fato ausentes. Sem doação = retorno 0. "o ano passou... outros anos passaram...".