26/2021 -
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MENINO MAMBA-NEGRA
NADIFA MOHAMED
Início: 22/11/2021
Término: 21/12/2021
Jama, protagonista, tem a vida marcada pela diáspora deixando-o à mercê dos colonizadores europeus. A história começa a ser narrada em 1935 em Aden, no Iêmen - país do médio oriente. Passa por uma peregrinação que se estende aos anos 1940; desbrava a África, o Oriente Médio e chega até a Europa. O romance é narrado em terceira pessoa pela voz da filha de Jama, que reside em Londres no ano de 2008.
A autora...
Nasceu em Hergeisa, Somália, em 1981, e cresceu no Reino Unido. Estudou História e Política. Mora em Londres. Esse é seu primeiro livro publicado em 2010.
O cansaço se juntava ao desejo de poder parar o tempo para que pudesse pensar com calma, estruturar formas de conduta sem prejudicar o decorrer das horas. O sentimento de questões pendentes à resolver referentes às soluções necessárias incomodavam. Desejava fechar-se em um ambiente considerado seguro, livre de interrupções. Pausar o fluxo comum da vida. Sua casa deveria ser o melhor ambiente para isso, mas em suas fantasias, sonhava sair, percorrer caminhos desconhecidos, surpreender-se na quietude da paisagem de um céu infinito. Reduzir à simplicidade da vida. O necessário nada mais. Uma liberdade leve, aberta e longe dos tumultos incômodos constituídos nos dias corridos.
Nada desses desejos se faziam realidade. Estava preso ao tempo implacável que não parava. Segundos movimentando e pressionando as ansiedades.
Basta
Parar
Decidir
Mudar
Viver.
P.48
" Todos estão ocupados demais com suas próprias vidas.
Essa frase corresponde a uma realidade egoísta. Recentemente ouvi de alguém bem próximo dizer "- Cada um tem a sua vida". E essa dor expandida remete à reflexão de que por mais que se viva essa situação, ela não é de fato aceita. Todos dizem que as horas úteis do dia são poucas para a realização de tantas tarefas. Tarefas essas que se analisadas friamente nem são tantas assim. Um mundo envolvido em complexidades virtuais. Olhares particulares e insolventes da maneira que se deseja conduzir. A atenção ao próximo é vista através de véus nos quais se evita. Ah... Como é lamentável a falta de prática da caridade!
P.155
" Achava estupidez do homem branco fracionar o tempo em pequenos fragmentos sem significado em vez de seguir o movimento fluido do Sol, como as pessoas racionais faziam.
Aqui, mais uma prova da má administração e interpretação de tempo X vida.
" pessoas racionais
" fracionar o tempo
O livro traz a colonização italiana na África e como se comportaram feito animais ou piores que.
São necessárias as passagens desafiadoras pelas quais enfrentamos pela vida. Tudo há um significado. O segredo é entender seu propósito.
P.233
Comparações.
Sozinho (conflitos com seu próprio eu) = Solidão
Muitos na família (Conflitos entre os seus) = Solidão
Não ter ninguém, ser só, sem parentes.
Ter muitos parentes e não ter com quem. Muitos.
Os familiares são nossos maiores desafios.
P.261
" Corpos ao lado de anúncios...
Assim como Cortázar: Notícias simplesmente. Banalização da vida. " O mundo seguindo em frente.
O final da narrativa me conduziu ao universo cíclico. Buscamos, nos movimentamos e voltamos às nossas origens, transformados e com uma bagagem substancial para continuar buscando e seguindo os caminhos da vida.
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