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O LIVRO DOS ANSEIOS - SUE MONK KIDD


10/2022 - 

TAG INÉDITOS -

Início: 19/03/2022
Término: 26/04/2022




O LIVRO DOS ANSEIOS
SUE MONK KIDD

Tradução: Ligia Azevedo

Antes de ler a obra e conhecer as ideias colocadas, nós leitores concordamos que a literatura é um mar com diversas profundidades, ondas em alturas irregulares oferecendo reflexões de todos os tipos. Também estendemos a compreensão em relação ao respeito a diversidade de crenças e de fé em relação aos leitores. Ao meu olhar compreendo e reflito que colocar Jesus Cristo com os olhos da matéria é desejar chamar atenções e comentários para o livro que em sua construção o maior foco é falar sobre feminismo (um outro tema-caixinha, assunto para mim muito bem resolvido e esgotado). Uma estratégia de marketing da indústria literária.

"O livro dos anseios gira em torno de Ana, uma personagem destemida e ambiciosa na Galileia do século I. Ela resiste às privações que buscam lhe impor e almeja propósitos mais elevados. Dedica-se, então, a escrever precisamente sobre mulheres que não receberam o devido destaque por suas realizações. Em meio a tudo isso, um "detalhe" importante: a protagonista casa-se com ninguém menos do que Jesus Cristo.

Revista TAG, P.1


A eterna busca, o desassossego é um anseio humano desde que esse esteja buscando matéria. Quando a busca é espiritual e essa encontrada, a vida apresenta paz  e o cotidiano é livre.



A autora...


  • escritora americana, nascida em 12 de agosto de 1948;
  • Mora na Carolina do Sul;
  • Seu 1º romance, 2002, A vida secreta das abelhas foi adaptado para o cinema em 2008;
  • Autora de outros títulos e estudante de cursos de escrita e doutora em letras. (suemonkkidd.com).
Até P.54
A narrativa inicia-se com colocações típicas da época e da cultura: casamentos contratados pelos pais e as filhas agradeciam os contratos que os pais faziam com exceções de algumas meninas, assim como a autora quebra a regra e apresenta Ana.

P.72
" Uma parte de você pode morrer, mas um novo ser surgirá em seu lugar

Renovações.
Reinvenções.

Moldamos nossa vida em escolhas e devemos nos atentar às nossas ações: que sejam positivas rumo à evolução. Nós nos reinventamos quando o comodismo se faz presente e nos atrapalha dificultando um caminhar produtivo, quando não é mais viável repetições.
Colocamos o novo em ação restaurando em esperança e descartando o desnecessário. Ações construtivas referem-se aos conhecimentos buscados.
Até P.88

A colocação sobre o estupro não nos deixou engasgados. Os manifestos de Ana foram providenciais. Submissão foi a palavra em destaque. O confronto se faz necessário - indignações, devem ser ditas inteligentemente. Quanta dor desnecessária!

P.100
"Sua visão significa o que você quiser que signifique.

É de profunda reflexão e também um chamado a determinarmos em que e como acreditamos em direcionarmos nossos passos e condutas entrelaçando às emoções, raciocínio lógico unidos à opinião crítica e conhecimento.

"Conheceis a verdade e ela vos libertará.

Esperança
Crença
Raciocínio 
Ação
Conhecimento 
Verdade

P.131

"Havia toda uma variedade mamzers

Todos evitados na sociedade.
O que destoa, o que não comunga com regras da cultura, o que não é comum, consequentemente é um assunto polêmico. Aceitar como comum e correto não é a palavra. RESPEITO à qualquer conduta e posicionamento diferente de sua opinião ou que não comungue com a sua cultura, deve existir. As diferenças devem ser respeitadas e não aceitadas por uma série de itens. Todos somos iguais e possuímos nossas individualidades que não devem ferir o outro e devemos conviver em harmonia na sociedade, sem exclusões, segmentações e direitos e deveres diferenciados. AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO.

P.134
Sempre o revide para o mal deve ser o bem. Oferecer a outra face mostrando o equívoco do outro e não se igualando em sintonias baixas.

Equívoco:
"agora procuro", diz Jesus no livro.

Jesus sempre soube, ele não aprendeu. Olhares materiais reduzindo Jesus aos níveis terrenos é acomodar-se em posicionamentos preguiçosos rumo à evolução.

P.140
"Você fala como se o reino de Deus não fosse apenas um lugar na terra, mas também dento de nós

Tomos somos seres que carregamos a centelha divina. Podemos fazer o que Jesus fez e muito mais. Mas o Jesus real, não o dessa ficção. Somos todos seres em constante evolução cada um em seu momento de compreensão e prática. Em qualquer lugar em qualquer hora podemos nos conectar ao Pai em oração.

P.155
Nos atentemos para as colocações.
Indivíduos. Únicos.
As regras da sociedade são colocadas e Ana não as segue. Positivo. Segue com suas convicções demonstrando que sempre haverá alguém destemido para apresentar os comportamentos diferentes, outros pontos de vista que ajudam nas comparações próprias das vivências sociais proporcionando evoluções e mudanças nos comportamentos mesmo que lentamente no decorrer dos tempos.

Cap.7

Cada um tem sua vida

Primeiro nos equilibrarmos para depois ajudar o outro. Tudo certo. Devemos cuidar de nossa saúde mental e física. Muitos param por aí e vivem para si e para os seus. Aqueles de seu núcleo íntimo. O plano em que vivemos ainda é habitado por esses limites egoístas próprios de seres ainda não despertados para algo maior. Estender as mãos ao próximo, ajudar com carinho, palavras, ouvidos, um sorriso, ser uma boa companhia, são preocupações que estão contidas nas ações da prática ao bem. Quando não estendemos as mãos além de nossos portões estamos nos omitindo e não praticar o bem, ausência dele, se iguala ao mal.

P.212
"Por que Deus não age para trazer o seu reino à terra?

A liberdade de escrita é magnífica, de expressão também. Por isso, manifesto o meu pensamento sobre essa fala colocada para Jesus no texto. Acredito que jamais Jesus teria dito tais palavras. É uma distorção de conteúdo. Olhos materiais sem nenhum embasamento porque um missionário no nível de Jesus, o Cristo, jamais se pronunciaria dessa forma.

Criamos nossas próprias estórias, inventamos personagens. Através da liberdade de pensamento e criação a autora inventou seu próprio Jesus, que não o Cristo; Judas, Maria, João que não o Batista. Similares e distantes aos pertencentes da verdadeira história – trouxe a lembrança da parábola do bom samaritano no momento do resgate de Tabita encontrada ferida pelo caminho de Jesus e Ana. A criação da autora demonstra conhecimento teológico, estudos e transmite a sua mensagem de anseios humanos colocados no papel de Ana. Bloqueios e limitações próprios da época impostos ao comportamento feminino. – Criamos e cremos a partir do que conhecemos. Cada um em seu momento, transmitindo o que possui, da forma que lhe é peculiar. Dividir o que há em seu interior é considerável. Aceitar o que é oferecido é opcional aos leitores de acordo como conhecimento que a individualidade possui.

 

No último parágrafo da P.240 a mensagem me remete a importância da reforma íntima, do autoconhecimento e de compartilhar ideias e mais uma vez aprendizados. Fortalecer esperanças, acreditar nas mudanças e que essas sejam boas.

 

P.416

Não quero dizer que a vida não trará tragédias. Só quero dizer que você ficará bem apesar disso. Há um lugar inviolável dentro de você. Vai encontrar seu caminho para lá quando precisar. E então saberá do que falo.

 

Resiliência. Aprendizado. O íntimo se remexe e encontra forças e sustentações escondidas, guardadas, para enfrentar os momentos desafiadores e ultrapassar as dores marcadas com a consciência de que tudo é transitório e as experiências são para conhecermos pontos em que ainda não fomos testados. Evolução.

 

P.428

 

havíamos nos tornado uma família

 

A necessidade do pertencimento, aceitação de um grupo de convivência é de fundamental importância ao Homem. Está sempre buscando o acolhimento e preenchimento de realização em seu íntimo. Isso o faz feliz e a exclusão traz a depressão.

Os cuidados e atenções como comportamento são reguladores para uma convivência sadia e próspera junto aos semelhantes porque engloba diversos valores, entre eles respeito e compreensão.

 

O que podemos interpretar da P.430? Um sonho? Uma visão? O que extrair? Até agora o texto foi totalmente material, humano e palpável. E nos últimos momentos um charme místico?

 

Em nenhum momento o Jesus do livro foi colocado como homem divino, não trouxe citações de cunho espiritual, manifestações diferenciadas em relação aos homens comuns terrenos. Cristo apresenta essas “qualificações” no contexto bíblico real dos fatos e não como o Jesus material apresentado na ficção. Aproximar Jesus dos homens comuns terrenos é apequenar sua magnitude e demonstrar o quão o homem ainda tem a evoluir, pois tirar medidas com a sua própria régua é de um egoísmo sem tamanho.

Na ficção, Sue escreveu sua crença assim como relata na P.437: “Séculos de tradição insistiam que Jesus não havia se casado, e aquela posição havia muito fora sistematizada na crença cristã e incorporada à mentalidade coletiva.

Entendo então que ela desejou trazer uma revelação. Trouxe uma verdade? (Mais para frente em seu texto diz não ter certeza de nada). O livro deixou de ser uma ficção? No início quando apresentado sobre a obra, o objetivo era apresentar a história de Ana. E a autora o fez muito bem se fosse uma estória sem envolver Jesus. A mensagem de Virgínia Woolf citada como estímulo de escrita tem um significado motivador, mas nesse caso equivocado. “Tudo lhe é lícito, mas nem tudo lhe convém”.

O romancista, como segue dizendo no texto, não tem um propósito de apontar o que é possível, tanto que podemos misturar um universo fantástico ao meio, caracterizando liberdade, de criação na escrita, uma arte. O escritor registra o seu olhar, esse contido em seu propósito.

P.438

A invisibilidade e o silenciamento das mulheres eram reais

Sim, a mulher era para a sociedade pior que um objeto, um animal, como todos sabemos dos desprezos, mas Maria é apresentada com grandiosidade e grande importância na história, e dessa forma também podemos incluir as diversas mulheres citadas nos textos bíblicos, inclusive no tratamento diferenciado em relação aos homens da época e a importância que Jesus dedica à elas.

A questão maior não é se Jesus se casou ou não. É colocá-lo como um homem comum, material. Apenas um revolucionário que foi crucificado. As menções às mulheres são feitas no texto, como o são porque estamos nos referindo a uma época de mais de 2000 anos passados. Quanto ao casamento obrigatório podemos argumentar que sempre há exceções para regras.

não teremos como saber. P.439

Depende da crença que se professa.

Sem dúvida alguma se Jesus estivesse sido casado a realidade mundial teria sido outra e gostaria muito de acreditar imaginando com melhorias.

Os conhecimentos outros que explicam os nossos questionamentos são encontrados em linhas de estudos que vão além de olhares materiais.

A denominação de irmão como explica sua construção, P.442, não pode ser taxada com os mesmos olhares e interpretações da linguística atual, precisa, porque há duplicidade de significado. Na época de Jesus, irmão, também era destinado aos próximos, os conviventes e não necessariamente aos consanguíneos. Para dar voz a uma mulher especial e diferenciada assim como Ana, repleta de qualidades e bons exemplos, seus anseios externados representando os nossos, não é necessário colocá-la como parceira de um ser grandioso. Ela é única, individual, sem necessidade de comparações. Ana e também ninguém mais precisam ser similares à outros, e sim comungar com seu próprio interior. Ana poderia tranquilamente ter se apresentado sem a sombra de Jesus, não é isso que a torna vencedora ou diferenciada ou qualquer outra denominação que queiram colocar sobre ela.


 

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