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Autora dos livros TEMPO ESCOLHAS HISTÓRIA e A CORRIDA DE GERAÇÕES - informações nesse blog.

HOLOCAUSTO BRASILEIRO

 Holocausto Brasileiro

Genocídio 60 mil mortos no maior hospício do Brasil
Daniela Arbex


Livro magnífico! Sugestão do Clube do Livro de Itapetininga no mês de Outubro de 2016. Esse encontro, em especial me marcou bastante, muito significativo, por esse motivo abri uma página especial para comentá-lo.
A obra trata do horror do Colônia, na cidade de Barbacena - MG, no então dito hospital psiquiátrico. A gananciosa direção, os pacientes internados sem motivo sendo aprisionados até por suas próprias famílias, o envolvimento dos funcionários, pessoas inocentes e outros cúmplices de atos desumanos, todos fazendo parte de um sistema que chega a ser impossível descrever o sentimento que nos gera ao conhecer essa história.

Depois desse terror, o que tenho a dizer é que o ser humano é primitivo. Sua ganância o norteia de tal forma que o cega, encaminhando pelos piores trajetos. Devemos tomar como exemplo esses atos para que os exterminemos da realidade, que de outra forma, através de guerras e outras violências, continuam a se repetir dia a dia contra seres de nossa própria espécie que sentem alegrias, tristezas, angústias, desejos como nós. E quando encontramos pelo caminho pessoas que se doam e até arriscam a própria vida para ajudar o próximo, sentimos encher o coração de alegria e de esperança. Como foi o exemplo do jornalista Luiz Alfredo de O Correio, com uma carreira brilhante; bom conhecê-lo.
Como o assunto do livro é sobre uma casa de recuperação de doentes mentais, gostaria de relatar brevemente a experiência de minha família, estendo à minha pessoa, a relação com hospital psiquiátrico.


Adelina Dantas Dias e Aluízio Teixeira Dias

Meu falecido avô, Aluizio Teixeira Dias, foi diretor do Hospital Santa Tereza em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, na década de sessenta. Meu pai, Claudir, e seus três irmãos, cresceram dentro do hospital junto aos doentes. Aluizio como diretor, tinha o direito de morar em uma das casas do hospital, e assim o fez. Alegria para a criançada que vivia livre entre os pés de frutas, passarinhos, jogavam bola embaixo de chuva, brincavam com as galinhas. Natureza pura! Recebiam os coleguinhas de escola, que chegavam ressabiados em relação aos doentes. Para os que conviviam no hospital, nada de anormal, mas para as pessoas de fora, sem conhecimento e informação, achavam que eram bichos perigosos. Isso nos faz refletir: julgamos, até mesmo com a sentença dada, sem ter o conhecimento de como são as coisas.
Quando criança, meu avô já há muito falecido (antes de meu nascimento), meu pai me levou até o hospital para ver de perto como são as pessoas em outro aspecto, ensinar como devemos respeitar, ajudar e fazer nossa parte. O ser humano precisa de AMOR. Nessa ocasião, minha avó, Adelina Dantas Dias, trazia de vez em quando uma ou outra paciente, com a permissão do hospital logicamente, para passar uns dias em sua casa, já fora das dependências do Santa Tereza. Assim, pude ver, aprender e reforçar, que podemos fazer nossa parte levando carinho e atenção à pessoas que precisam assim como nós. 
Essa foi uma realidade bem diferente da ocorrida em Barbacena. Um alívio para nossos corações e esperança de que tudo pode ser diferente, só depende de nós! 

O mundo.
A vontade.
A busca.
A realidade.
Falta-me ar tamanha vontade
De sair por aí, estradas, campos, culturas
Conhecer, ajudar, crescer, melhorar
Esse mundo sem fim, sem porteiras.
Tantas coisas há para aprender
Correr por aí
E no entanto aqui estou,
Presa aos papéis, sem da mesa sair
Porém tudo tem sua hora
Seu momento certo
Aprendo nos livros
O que no futuro consolidarei

 Vanessa Milani

Olhar para nossa própria história é um ato que demonstra interesse em aprender com os erros e procurar fazer melhor daqui para frente. Esse ano a TV TEM também exibiu uma série sobre o famoso Juquery - Hospital Psiquiátrico da cidade de Franco da Rocha, SP - onde nos apresenta a triste realidade do passado.



" O fato é que a história do Colônia é a nossa história. Ela representa a vergonha da omissão coletiva que faz mais e mais vítimas no Brasil. Os campos de concentração vão além de Barbacena. Estão de volta nos hospitais públicos lotados que continuam a funcionar precariamente em muitas outras cidades brasileiras. Multiplicam-se nas prisões, nos centros de educação para adolescentes em conflito com a lei,  nas comunidades à mercê do tráfico. O descanso diante da realidade nos transforma em prisioneiros dela. Ao ignorá-la, nos tornamos cúmplices dos crimes que se repetem diariamente diante de nossos olhos. Enquanto o silêncio acobertar a indiferença, a sociedade continuará avançando em direção ao passado de barbárie. É tempo de escrever uma nova história e de mudar o final.

A autora nos trouxe uma realidade chocante. Há poesia no texto para amenizar as monstruosidades ocorridas. Acordemos para os acontecimentos que estão sob nossos olhares e fingimos ou talvez nem desejamos saber o que de fato acontece. Façamos nossa parte. Olhemos as adversidades, aceitemos todos os povos com suas diferenças e aprendamos com todos.
           


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