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Autora dos livros TEMPO ESCOLHAS HISTÓRIA e A CORRIDA DE GERAÇÕES - informações nesse blog.

NEM SINAL DE ASAS - MARCELA DANTÉS

 18/2022 -


NEM SINAL DE ASAS
MARCELA DANTÉS




Clube de Leitura: A Degustadora de Histórias - livraria

O livro narra os dias de uma mulher que viveu na ponta dos pés. Sua morte, cheia de dor, silêncios e devaneios, é o justo resumo do resto de sua vida, a solidão esmagadora de alguém que não gosta muito de gente, ela incluída.


Início: 02/09/2022
Término: 13/09/2022
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A autora...

Nem sinal de Asas é seu primeiro romance, mas seu livro de estreia, a coletânea de contos Sobre pessoas normais, finalista do Prêmio Oceanos. 2016 foi a autora residente do Festival Literário Internacional de Óbidos em Portugal.
Nasceu em Belo Horizonte em 1986.


Áspero
Negro
Azul
Solidão

Anja não gostava de seu nome preferindo Ângela.
Ramiro: porteiro nojento. Ela por não saber dizer não deixou assim.
Faz apontamentos da vida cotidiana como na P.35
"o homem que vestia uma placa amarela continuava a gritar compro ouro pago na hora.

Encerra raciocínios e parágrafos com frases curtas, profundas, tipo a linguagem e estilo que gosto de usar quando estamos vivenciando e sentido o texto, fazendo parte dele. Gostei muito de sua escrita. É como se conversássemos em uma única sintonia. Minha mania de análise me impede, sacrifica a crítica se estou ou não gostando do livro. A leitura amplia formas do que se passa por fora, na atualidade. Esse é o encanto dos grupos de leitura e sugestões. Ir um pouco mais. Até aqui no capítulo 4.
Por enquanto pesado, sofrido. Não seria uma opção minha.

Cap. 5
A criança é marcada. As experiências sofridas durante seu crescimento são fundamentais para sua formação. A perda do pai resultou da insegurança de ocorrer o mesmo com a mãe. A necessidade do diálogo, conversar, explicar para a criança sobre todas as situações podem evitar comportamentos problemáticos por toda a vida.

P.73
"ainda eram amigos, ainda se amavam como só podem se amar as pessoas que se conheceram antes de se tornarem os adultos detestáveis que todos são.

De fato, quando conhecemos as pessoas em sua fase pura de formação, sem as tendências manifestadas e de fato concretizadas para o triste atraso evolutivo, a memória resgata o bom. Alegres momentos partilhados. E são eles que são levados através dos tempos. Depois os olhos se fecham para os erros e falhas vistas à olho nú do tão querido amigo que autrora sorria feliz com as simples e verdadeiras manifestaões de amor.

" velhos verdes

é o reflexo da falta de amor. Inconstância em relacionamentos difíceis. Falhas morais. Falta em olhares além do eu. Pequenos ainda.
A minha indignação é tão grande... junto a minha lamentação me socorro à oração por eles: pelo velho verde e pela família que abandona. Há dois lados.

P.151
"E se o tempo andou normal, coisa que ele sempre faz, não importa o quanto alguém deseje o contrário, o Afonso fez quinze anos, e a Anja já tinha quase quarenta e o Rinoceronte não completou dezesseis. O Rinoceronte morreu e Anja chorou e pensou em avisar ao Afonso, mas ele devia estar muito ocupado porque as pessoas aos quinze anos são muito ocupadas.

Passam, vivem seus momentos, deixam suas marcas, e registram seu tempo que nem sempre é bom, mas é por isso que marca e depois vem seu arrependiemento de ter feito um papel tão feio e pequeno. Nem sempre somos fortes e conseguimos conter o que de fato em nosso coração há.

P. 173

Mas ele sabia viver a vida, enfiadas dentro de casa, sem aproveitar tanta coisa que valia a pena, uma vida pequena.

Cada um um temperamento, um gato, uma forma de ver a vida. É necessário ver a vida; abrir os olhos para o horizonte e emergir na imensidão. Relacionar-se, interagir, trocar, aprender.

Terminei com a sensação de que Anja é alguém que viu a vida, não alguém que viveu. Não se misturou aos problemas, às alegrias. 
Solidão. Por isso na ponta dos pés.

Encontro na A Degustadora de Histórias - 15/10/2022



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